Agro sustentável e o papel social das empresas

Aliar sustentabilidade e produtividade numa equação equilibrada tem sido uma busca constante do agronegócio brasileiro. Mas esse ajuste de enfoque ainda não foi suficiente para garantir que as atividades no campo sejam 100% efetivas do ponto de vista ambiental. Trabalho, portanto, é o que não falta: os desafios agora são o aperfeiçoamento de práticas sustentáveis que já são adotadas e a disseminação de conhecimentos e técnicas de manejo ambientalmente adequado para uma quantidade cada vez maior de produtores rurais.

O salto que o agronegócio brasileiro protagonizou nas últimas décadas colocou o País num papel de destaque global, à medida que vem sendo reconhecido como fundamental para a garantia da segurança alimentar. Paralelamente, ao longo do tempo ficaram mais intensas as demandas de proteção ambiental. O contexto é bastante complexo para o agro nacional, à medida que o acesso dos produtores a tecnologias sustentáveis é bastante desigual — vale lembrar a enorme quantidade pequenos e médios proprietários de terras no País.

Alguns avanços merecem destaque. O Brasil tem uma das legislações ambientais mais avançadas do mundoe foram criados nos últimos anos  incentivos e programas oficiais nesse sentido. O Plano ABC+ (Programa Agricultura de Baixo Carbono), por exemplo, foi lançado em 2010 e, após uma década, foi prorrogado até 2030, com metas e objetivos para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa.

Projetos desse tipo são de extrema importância no contexto de agronegócio sustentável, mas é inegável que um número não desprezível de produtores brasileiros ainda enfrenta barreiras burocráticas, financeiras ou mesmo culturais e educacionais para ter acesso aos programas. A boa notícia é que algumas lacunas, principalmente as relacionadas a conhecimento e capacitação, podem ser preenchidas com iniciativas de responsabilidade social das empresas privadas.

Não por outro motivo a VETBR investe em iniciativas como a Escola do Cliente, que tem o objetivo de contribuir efetivamente para a construção de um agro mais sustentável. A iniciativa envolve capacitação de profissionais zootecnistas, veterinários, atendentes e pecuaristas, entre outros, por meio de treinamentos e palestras, impactando positivamente o conhecimento e, por consequência, a produtividade sustentável do campo.

É um pequeno, mas significativo, exemplo de como o setor privado no agronegócio pode se organizar para ajudar a construir a sustentabilidade na produção de alimentos e energia, aspecto tão necessário nas próximas décadas.

Antonio Fontes Machado