Mastite bovina: identificação de causas e apoio técnico evitam prejuízos

O Brasil é hoje um dos cinco maiores produtores mundiais de leite. O país deu um verdadeiro salto produtivo nesse segmento, passando de 5 para 35 bilhões de litros por ano nas últimas cinco décadas. A maior parte da produção é destinada ao mercado interno. Mas seja dentro ou fora do país, o nível de produção do gado leiteiro envolve grandes desafios: a prevenção e a diminuição da incidência de uma doença comum nessesanimais, a mastite bovina.

Também conhecida como mamite bovina, esse tipo de inflamação da glândula mamária afeta rebanhos em todo o mundo. Trata-se de uma doença multifatorial, que pode ter origem no ambiente frequentado pelas vacas ou na transmissão entre o rebanho a partir de micro-organismos comuns do animal. Informação e assistência técnica, além da adoção de medidas de higiene e de biossegurança, são pontos fundamentais para o controle da doença.

A contaminação por bactérias é predominante nesse tipo de enfermidade, mas pode ocorrer também (em menor frequência) por fungos e algas. Os sinais da doença são mais perceptíveis na chamada mastite clínica, pois há alterações visíveis no leite (grumos, sangue, leite aquoso) e no quarto mamário (edema, rubor, calor);na vaca contaminada, observam-se febre e falta de apetite. Já a mastite subclínica é a mais difícil de ser identificada, pela ausência de alterações visíveis no leite, no úbere e nos parâmetros clínicos do animal, sendo considerada a mais prejudicial à produção de leite e à saúde do animal.

A boa notícia é que a modernização da produção leiteira e o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico permitem que pesquisas aproximem o produtor das tecnologias que direcionam melhor o tratamento de doenças. Também é importante a identificação dos agentes infecciosos – pelo menos 130 micro-organismos estão associados à mastite bovina –, além da avaliação de fatores individuais que minimizam as chances de cura, com destaque para animais que apresentam histórico de casos clínicos de mastite na lactação, estágio da lactação, idade do animal e cronicidade do caso de mastite.

A mastite bovina causa considerável impacto nos custos de produção das fazendas leiteiras, além aumentar os riscos para a saúde pública em decorrência da utilização indiscriminada de antibióticos no tratamento. Diante das várias características associadas à enfermidade, boas práticas da higiene no local da ordenha,nutrição adequada do animal e apoio de assistência técnica são fundamentais para se minimizar esses problemas, com benefícios à otimização da produção e à qualidade do leite. E também ao bolso dos produtores.

Antonio Fontes Machado